quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Review: Empower Burn Box

Há muito tempo eu queria escrever sobre este pedal feito pelo Kleber em São Paulo. Trata-se de um pedal construído com o conceito de pré amplificador, com controles de volume, gain, tone e mid. Tem sonoridade moderna, responde bem à dinâmica do guitarrista e que limpa bem com o uso do knob de volume da guitarra, sem perder o brilho nos volumes mais baixos.
Empower Burn Box
Construção e acabamento: o pedal é montado em uma carcaça de metal dobrado, o que lhe confere certa impressão de robustez. A base do pedal é lisa e não possui abertura para o compartimento de bateria, sendo necessário remover os quatro parafusos para acessá-lo. A versão testada é a primeira (pré 2008), que possui pintura em tinta preta fosca, com os rótulos impressos em verde.



Controles: o acionamento é feito por um footswitch 3PDT, sendo portanto true bypass. Possui quatro knobs, sendo o volume e o gain auto explicativos. O diferencial dos controles está na equalização: além do conhecido controle de tone, o pedal apresenta um knob chamado mid que adiciona médios à equalização pré estabelecida com o knob tone. Possui conectores de imput e output com localização tradicional (input na lateral direita, output na lateral esquerda) e conector para alimentação externa (9v) na parte superior da lateral esquerda.
Tocando com o pedal: embora o pedal tenha sido construído com a sonoridade moderna em mente, sua utilização passa longe de ser apenas uma fonte desesperada de distorção para frases adolescentes de riffs hi-gain. O controle de gain é útil em todo o seu curso, mesmo nas extremidades. Girando o controle no sentido horário, tem-se inicialmente um pequeno boost no sinal da guitarra, que vai se transformando gradativamente em uma distorção granulada e macia. O controle de volume é utilizado para ajustar o nível geral do pedal, mas também pode funcionar como um boost quase clean, quando utilizado em conjunto com níveis menores de gain. Os controles de tone e mid funcionam muito bem juntos. É possível, por exemplo, controlar a tonalidade para evitar que as notas mais graves percam definição e, aumentando o controle mid, dar corpo e peso ao timbre, evitando que instrumento soe muito magro.
Resistência e durabilidade: o meu pedal foi adquirido no início de 2008 e tem resistido bem ao uso normal. Não apresenta ruídos nem chiados com a movimentação dos knobs. Os conectores permanecem firmes e também não apresentam chiados.
A gravação: em Chuva no Telhado, o Burn Box foi usado na guitarra principal, que é uma Suhr Modern com corpo de mogno, braço de vulcanized maple e escala de indian rosewood. Os controles do pedal foram setados em volume:14H, gain:10H, tone:10H e mid:13H. Na primeira vez do tema a guitarra está com o captador do braço (JST SSV) com a bobina interna cancelada e volume no 6. Na segunda vez do tema o volume da guitarra foi colocado no máximo e, no início do solo o humbucker do braço está com as duas bobinas ligadas. Por volta dos 2’27” o captador da ponte (JST SSH+) é acionado, voltando para o humbucker do braço durante o interlúdio. Na quarta e última vez do tema a guitarra está com o humbucker da ponte acionado. O amplificador utilizado foi um Rivera BM100, que ficou no canal limpo durante toda a música.
Impressão geral: é um produto de alto nível e merece o reconhecimento que tem recebido. O que mais me impressiona no pedal é a capacidade de responder à dinâmica do músico e ao controle de volume do instrumento. O único senão fica por conta da embalagem. Na época em que adquiri o pedal ele chegou pelo Correio embalado em uma caixa de papelão genérica. Não tenho notícia se o fabricante já está investindo neste importante aspecto do produto.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Review: Pigtronix Philosopher's Tone

O Philosopher’s Tone é um compressor fabricado pela Pigtronix nos EUA. Seu nome é um trocadilho com o termo Philosopher’s Stone (ou Pedra Filosofal, para os fãs de Harry Potter, rs rs rs), usado pelos antigos alquimistas para denominar o elemento que seria capaz de transformar chumbo (do inglês led, que também poderia ser um trocadilho com lead – solo, de guitarra, claro) em ouro.

O Philosopher’s Tone é montado em uma carcaça de alumínio fundido, com os conectores de input e output localizados na lateral direita do pedal e seu acionamento é feito por um footswitch 3PDT, indicado por um LED azul de alta intensidade. Requer alimentação externa (12 a 18v, fornecida) e não aceita alimentação por bateria. Possui cinco knobs, sendo três deles bastante conhecidos no mundo dos compressores: sustain controla o threshold do compressor, blend controla a quantidade do sinal original (não comprimido) é misturado ao sinal comprimido, e volume controla o nível geral do sinal. Os outros dois controles não são usualmente encontrados em pedais desta categoria. Treeble corta ou enfatiza a região das freqüências agudas (é neutro na posição das 12H) e grit adiciona distorção ao sinal.
O pedal é capaz de realizar todos os truques de compressão normalmente utilizados por guitarristas de rock, jazz e country music, mas o que o diferencia dos compressores tradicionais como o MXR Dynacomp e o Boss CS-3 é que o Philosopher’s consegue ser realmente transparente. Uma vez determinado o threshold, o músico pode acrescentar o sinal original ao comprimido de modo que não se perceba o compressor atuando, através da queda abrupta de volume. Também é possível corrigir a perda de agudos para um som mais estalado, ou acentuá-la, para um som mais aveludado.

A distorção fornecida pelo controle grit é adicionada ao sinal, ou seja, podem ser ouvir os dois sinais, com e sem distorção, ao mesmo tempo. Este recurso, quanto utilizado com um timbre clean, dá a impressão de estarmos tocando com dois amplificadores ao mesmo tempo: um distorcendo e outro não.
No Tema #11 o Philosopher’s Tone foi utilizado na guitarra principal durante toda a música. Os controles do pedal foram setados em grit=0, sustain=14H, blend=15H treeble=12H e volume=12H. A saturação é do próprio amplificador, meu fiel Rivera BM100 no canal inglês. O delay utilizado é o Echolution, também da Pigtronix, mas isto já é história para outro review.

O único senão do pedal fica por conta de seu tamanho. Talvez por uma questão de projeto, e, para acomodar tantos controles, o pedal fica na posição horizontal e assim é muito fácil esbarrar o pé nos controles no momento de acionar o footswitch.